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ARTE

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

THÉPHILE DE VIAU (1590-1626) - UM CORVO GRASNA DE MIM PERTO





Um corvo grasna de mim perto,
Uma sombra turva o meu olhar,
Atravessam-se ao meu passar
Duas raposas e dois furões;
O meu cavalo perde o pé,
O meu lacaio cai banzé;
Sinto rebentar os trovões;
Um espírito atrás de mim clama;
Ouço Caronte que me chama,
Vejo o centro da terra aberto.

Este rio sobe desde o chão;
O sangue desta rocha corre;
No alto de uma velha torre
Uma cobra desfaz um falcão;
Um boi trepa a um campanário;
Uma víbora monta um canário;
O lume arde dentro do mar;
O Sol tornou-se negro breu;
Vejo a lua a cair do céu;
Esta árvore saiu do lugar.

Tradução de Filipe Jarro

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