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ARTE

sábado, 18 de setembro de 2010

O LAÇO DOS DIAS





O homem tinha as mãos crispadas de lume ao colo
Perguntava-se como búzio que pergunta ao mar
O som ao eco
O peixe ao pântano
A nortada às raposas vermelhas da estepe
Que laço o prendia aos dias

A manhã clara acocorada num carro de prata entrava pela fresta da porta dos medos
O corvo de bico lilás aninhava-se na pele de uma cobra de água tépida
Eva devorou no coração exausto de Adão a serpente do arroubamento

Desviver?

O som profano das pastagens e a choupana de invisível sombra chamam-no
O céu azul de domingo de Ramos na noite em que as virgens se transformam em folhas imortais clama
Pela mesa de fogo curvada e rodeada por corpos negros como tições a apodrecer nos versos antigos do aparador da casa grande da aldeia que
Junta em cinza todo o passado

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