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ARTE

domingo, 16 de outubro de 2011

VISCONDE DE ALPERCATAS




Para além de tudo isto está a morte
Senhor visconde de alpercatas
Sabendo eu e o senhor
O senhor e eu
Eu que sei ou que não sei se sei
E mesmo que saiba nada há que me garanta que o saber não sabe se sabe
Da armada naufragada da barra
De que tanto nos fala
E das virtudes que à sua amada aponta
Como diz repetidamente que a esposa estimada é de tal modo pura que se pode beber água pelo seu vaso avisado discreto e astuto
Enquanto um turíbulo amestrado sem dono nem criado assa lento a carne viva da alvorada

Um carro cinzento atravessa sozinho a avenida alvoraçada
Eu por dentro procuro cozer ao tronco uma camisa por passar notando agora (o que muito ou pouco me preocupa) estar a ficar abdominoso
Inquietação de velho mulherengo
Inclinação a pasto tenro presumivelmente negado

Há velhas alisadas no passeio limado
E uma marreca a precisar de limão
(de carpintaria ou de serralharia não do limoeiro)
E o condutor do carro cinzento
Cospe no passeio o sabor amargo do vento Sul
Vendo o veículo a transcorrer
De vagina a amanhecer
Amadurecida
De mão em mão
Por onde se não pode beber senhor visconde
Vossa contrariedade

E
Senhor visconde veja
Como o carro cinzento continua a cuspir no passeio o sabor a vento


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